Unidade socioeducativa de Santarém promove ações em alusão ao mês da Consciência Negra

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A Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), por meio do Centro de Semiliberdade de Santarém (CAS Santarém) e em alusão ao mês da Consciência Negra, realizou, entre os dias 26 e 27, ações educativas voltadas para socioeducandos e servidores que reforçam a valorização da cultura afro-brasileira.

As iniciativas buscaram promover ações práticas e coletivas, articulando vivências formativas voltadas à valorização da comunidade negra e de sua ancestralidade, fortalecendo o processo de aprendizado socioeducativo.

O primeiro evento, realizado na quarta-feira (26), envolveu a visitação do corpo socioeducativo à comunidade do Quilombo Bom Jardim, em Santarém. A ação “Projeto Turístico e Cultural: Conhecendo raízes Ancestrais – Vivência Cultural no Quilombo Bom Jardim” buscou proporcionar um momento de integração na história e tradição de uma comunidade quilombola.

A vivência permitiu aos jovens um contato direto com práticas culturais ancestrais, além de promover diálogos sobre território, resistência, identidade e preservação da memória negra. A atividade também reforçou a importância da comunidade quilombola como guardiã de saberes históricos e sociais importantes para a sociedade.

De acordo com a pedagoga do CAS Santarém, Camila Sousa, o evento teve seu impacto ao promover aprendizados que vão além das rotinas internas da unidade, aproximando os socioeducandos de uma vivência que reforça a diversidade cultural e a consciência histórica.

“Vimos de perto a cultura forte deles, com muita música e dança, e sentimos a energia do lugar. O mais importante foi entender que o quilombo é um lugar de luta e lembrança, onde eles guardam as histórias, o jeito de plantar e as tradições de seus antepassados”, disse.

Segundo a gestora do CAS Santarém, Rosângela Salles, a visita ao quilombo “foi uma experiência de aprendizado essencial para compreender e valorizar a herança cultural e histórica que espaços como uma comunidade quilombola proporcionam à sociedade”, afirmou Salles.

Já na quinta-feira (27), o segundo evento foi marcado pela visitação dos adolescentes e jovens à Afroteca Willivane Mello, no Teatro Municipal Vitória, em Santarém. Com o objetivo de fortalecer a formação socioeducativa, a ação promoveu uma experiência educativa fora das instalações da unidade socioeducativa, promovendo a integração social dos socioeducandos.

De acordo com o gestor da afroteca, Joilson Martins, o espaço se configura como uma tecnologia de educação antirracista a partir de ferramentas como a literatura e a ludicidade. “Este projeto convida os socioeducandos e servidores a conhecer aspectos sobre a história nacional a partir da narrativa afro-brasileira por meio de leitura direcionada, manuseio de instrumentos musicais e tradicionais, roda de conversa e confecção de Abayomi”, disse Joilson.

 

As atividades teóricas e práticas desenvolvidas na ação contribuem para o fortalecimento da política pública de atendimento socioeducativo, de forma que, os socioeducandos foram introduzidos a conhecimentos da historiologia afro-brasileira, ampliando suas percepções sobre as questões raciais, consolidando reflexões acerca da ancestralidade e estimulando o pensamento crítico.

Para Débora Imbiriba, gestora da unidade literária, a ação evidencia a importância de fortalecer parcerias e atividades que ampliem o alcance de atividades formativas no meio socioeducativo. “Para que o debate étnico-racial seja difundido, a parceria entre instituições é a maneira mais viável de conseguir trazer o enfrentamento do racismo para o centro do debate”, afirmou Débora.

 

As atividades exercidas envolveram de forma ativa os adolescentes e jovens em medida socioeducativa em uma experiência criativa que estimulou habilidades manuais e o pensamento crítico.

O papel da socioeducação vai além do cumprimento da medida, voltando-se para a formação integral e a reinserção social dos jovens. Reforçando o seu compromisso do Estado, em garantir o acesso democrático à educação, cultura e cidadania dentro do sistema socioeducativo, fortalecendo os pilares do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

Texto: Enzo Brito (Ascom Fasepa), sob supervisão de Dani Valente.
Fotos: Divulgação.

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