Contribuir para que adolescentes em conflito com a lei possam consolidar seus projetos de vida aliando a proposta à preservação do meio ambiente, essa é uma das metas do “Reflorestando com a Socioeducação”. O projeto é uma ação do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), com o apoio de empresas privadas.
A iniciativa busca oferecer formação profissional aos jovens, promover a geração de renda, o empreendedorismo, integrar a comunidade socioeducativa ao contexto da sustentabilidade e direcioná-los para instituições que desenvolvam ações de educação ambiental. Pelo Ideflor-Bio, a Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF) como setor responsável pelas ações de recomposição de áreas alteradas, esteve à frente das atividades.
A ideia surgiu há pouco mais de um ano, após a Fasepa e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) entrarem em contato com o Instituto propondo uma parceria em um projeto que gostariam de desenvolver com jovens educandos que estão cumprindo medidas na Unidade de Atendimento Socioeducativo (UASE) em Benevides, na Região Metropolitana de Belém.
Passada essa etapa, várias reuniões foram realizadas a fim de mapear o que cada instituição poderia contribuir com o projeto. O Ideflor-Bio se disponibilizou a construir um viveiro para que aqueles que estão em condição de restrição de liberdade pudessem participar diretamente na produção de mudas e, dessa forma, aprenderem um ofício, garantindo ainda uma melhor ocupação do tempo livre.
Toda a estrutura do viveiro foi montada em uma semana por três servidores do Ideflor-Bio, com o apoio dos educandos que participam do projeto. Eles foram colocados à disposição desde o início para ajudar na retirada de todo o material de trabalho, na costura do sombrite (material que cobre o viveiro) e nas demais fases de instalação. No total, mais de R$ 15 mil foram investidos na construção do equipamento.
Satisfação – De acordo com o técnico em Gestão Ambiental do Ideflor-Bio, Antônio Campos, os jovens se mostraram bastante empenhados, com muita vontade de aprender e viver uma nova vida. “Fomos sempre bem tratados pelos adolescentes e ao final da semana de trabalho, a gente deixou pronto um viveiro, de 12 metros por 12 metros, com toda estrutura de irrigação e demais componentes doados pelo Ideflor-Bio”.
Pelo menos uma vez por mês, o equipamento será visitado por técnicos do Instituto para verificar seu andamento, levar assistência, sementes, insumos e novos treinamentos aos adolescentes.
“É um trabalho que continua. Não é simplesmente construir o viveiro. Nós damos todos os ensinamentos e práticas, orientação técnica mensal e qualquer dúvida que se tenha, seja por uma praga que tenha aparecido, a gente corre atrás para ajudar. Portanto, esperamos que assim como os outros, esse viveiro dê resultado e nos deixe ainda mais felizes”, concluiu Antônio Campos.
Transformação – O titular da DDF, Vicente Neto, destacou que o Instituto se colocou à disposição, através do Pró-SAF, para fazer a capacitação e treinamento desses jovens, a fim de que eles possam estar capacitados a esse tipo de atividade no retorno à sociedade, às suas comunidades e assim dar a sua parcela de contribuição social.
“O Pró-SAF é uma ferramenta excepcional porque dá condições não só para o agricultor que trabalha na produção ter a possibilidade de fazer a recuperação social, ambiental e econômica dessas áreas, mas também de trabalhar com projetos sociais. A gente procura, dentro do possível, dar a nossa contribuição para que esse trabalho possa representar uma mudança no futuro dessa juventude e ficamos muito felizes de ter a oportunidade de colaborar nesse sentido”, frisou o diretor.
Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
Fonte/Fotos: Agência Pará