Em dois dias, 34 socioeducandos atendidos pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará fazem as provas, dos quais 25 como treineiros

A Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) aderiu novamente ao programa do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL 2023). Neste ano, as provas são aplicadas em 10 unidades de internação do Sistema Socioeducativo do Pará, nesta terça (12) e quarta-feira (13), de acordo com o calendário anunciado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

São 34 socioeducandos inscritos, incluindo 25 candidatos que participarão como treineiros, com o objetivo de conhecer a prova e testar seus conhecimentos, e nove que farão a prova para disputar uma vaga no ensino superior.

Segundo o interlocutor estadual do Enem PPL pela Fasepa, professor Geraldo Barros, é um momento importante de acesso à educação no contexto do Sistema Socioeducativo. Ele disse que “o Exame, seja na condição de treineiro ou não, articula ações dos profissionais e qualifica a medida socioeducativa, além de implicar na garantia real de direitos negados socialmente”.

Geraldo Barros destacou ainda que o processo significa romper com as cadeias e rotinas de restrições ou negações, visando à universalização de direitos humanos dos socioeducandos nos termos das leis que fundamentam a socioeducação brasileira.

Aulas preparatórias – A atual gestão da Fasepa fortalece as parcerias entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Instituto Ambient, Pibid UFPA (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, da Universidade Federal do Pará) e Escola de Governança do Estado do Pará (EGPA). Vários profissionais ministraram aulas preparatórias específicas, planejaram e executaram oficinas de redação voltadas à escrita, com abordagem dos critérios avaliativos do Exame, a fim de direcionar os adolescentes na hora de discorrerem sobre possíveis temas na redação.

O nível de dificuldade das provas do Enem PPL é o mesmo do Exame regular, apenas com a particularidade de serem aplicadas nas unidades socioeducativas.

Em cada unidade foi feito o cadastro dos socioeducandos e de um responsável pedagógico, para acompanhar todo o processo do adolescente, da inscrição até o momento da prova.

Texto: Dani Valente – Ascom/Fasepa

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